terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Capitulo 32

32
...♪...
Will
Will não dormiu direito. Durante a noite, ele ouviu Ronnie se mexendo
inquieta. Ele reconheceu o choque que ela estava sentindo; ele se
lembrava do entorpecimento e da culpa, a incredulidade e a raiva depois
que Mike tinha morrido. Os anos tinham amortecido a intensidade de seus
sentimentos, mas ele lembrava o desejo conflitante por companhia e a
necessidade de ficar sozinho.
Ele se sentiu triste por Ronnie e por Jonah, que era muito jovem para
assimilar as coisas. E por ele mesmo. Durante o verão, Steve tinha sido
incrivelmente bom com ele, já que eles tinham passado mais tempo na
casa de Ronnie do que na dele. Ele gostava da maneira tranquila que ele
cozinhava, e da sensação de família que ele dividia com Jonah. Ele
frequentemente via os dois na praia, empinando pipa e brincando de
pega-pega perto das ondas, ou trabalhando no vitral com concentração.
Enquanto a maioria dos pais gostavam de ver a si mesmo como o tipo de
homem que reservava tempo para seu filho, Steve realmente fazia isso.
No pouco tempo em que ele esteve com ele, ele nunca viu Steve ficar
zangado, nunca ouviu ele alterar a voz. Ele supôs que isso tinha algo a
ver com o fato dele saber que estava morrendo, mas Will achava que isso
não explicava tudo. O pai de Ronnie simplesmente era... um bom homem
em paz com ele mesmo e com os outros; ele amava seus filhos e de
alguma maneira confiava que eles eram espertos o suficiente para
tomarem suas próprias decisões.
Deitado no sofá, ele refletiu que gostaria de ser o mesmo tipo de pai um
dia. Apesar de amar seu pai, nem sempre ele era o homem fácil que
Ronnie tinha conhecido. Havia muitos pedaços da vida de Will que ele mal
lembrava de ver seu pai, enquanto ele trabalhava para que seu trabalho
crescesse. Acrescente a volatilidade de sua mãe e morte de Mike, que
deixou toda a família em depressão por alguns anos, e tiveram momentos
em que ele desejou ter nascido em outra família. Ele sabia que tinha
sorte, e é verdade que as coisas vinham melhorando bastante
ultimamente. Mas crescer não tinha sido somente festas e biscoitos, e ele
lembrava de ter desejado uma vida diferente.
Mas esteve era um pai completamente diferente.
Ronnie contou a ele que Steve costumava ficar sentado com ela durante
horas enquanto ela aprendia a tocar piano, mas em todo o tempo que
esteve na casa, Will nunca tinha ouvido Steve falar sobre isso. Ele nunca
mencionou, nem de passagem, e mesmo que o primeiro pensamento de
Will sobre isso tenha sido achar estranho, ele começou a ver que era o
poder do amor dele por Ronnie. Ela não queria falar sobre isso, então ele
não falou, mesmo que tenha sido a maior parte da vida deles juntos. Ele
tinha até mesmo escondido o piano, porque ela não queria ser lembrada
de maneira nenhuma.
Que tipo de pessoa faz isso? Somente Steve, um homem que ele tinha
aprendido a admirar, um homem que havia ensinado a ele sem perceber,
e o tipo de homem que Will esperava ser quando fosse mais velho.
Ele acordou na manhã seguinte com a luz do sol atravessando as janelas
da sala, e ele se espreguiçou antes de levantar. Espiando o corredor, ele
viu que a porta do quarto de Ronnie estava aberta, e ele sabia que ela já
estava acordada. Ele a encontrou na varanda, no mesmo lugar de ontem.
Ela não se virou.
"Bom dia", ele disse.
Seus ombros cederam quando ela virou-se para ele. "Bom dia", ela disse,
oferecendo a ele a sombra de um sorriso. Ela abriu seus braços, e ele se
enrolou a ela, agradecido pelo abraço.
"Sinto muito pela noite passada", ela disse.
"Não há motivos para se desculpar". Ele ajeitou o cabelo dela. "Você não
fez nada de errado"
"Uhmm", ela disse. "Mas obrigada, de qualquer maneira"
"Eu não ouvi você se levantar"
"Eu levantei há um tempo". Ela suspirou. "Eu liguei para o hospital e falei
com meu pai. Apesar de ele não ter falado muito, eu posso dizer que ele
ainda está com muita dor. Ele acha que podem mantê-lo lá por mais
alguns dias, até que terminem todos os exames"
Em qualquer outra situação, ele teria assegurado a ela que tudo ficaria
bem, que tudo daria certo. Mas nesse caso, ambos sabiam que palavras
não significavam nada. Ao invés disso, ele se inclinou para frente,
encostando sua testa na dela.
"Você conseguiu dormir? Eu ouvi você se mexendo durante a noite"
"Não muito. Eu me aninhei com Jonah na cama, mas meu cérebro não
parava. Mas não somente pelo que está acontecendo com meu pai". Ela
pausou. "Foi por causa de você também. Você vai partir em alguns dias"
"Eu já falei a você que eu posso adiar. Se você precisar que eu fique, eu
vou..."
Ela balançou a cabeça. "Eu não quero que você fique. Você está prestes
a começar um novo capítulo da sua vida, e eu não posso tirar isso de
você"
"Mas eu não tenho que partir agora. As aulas não vão começar até - "
"Eu não quero que você fique", ela disse de novo. Sua voz era suave, mas
implacável. "Você vai para a a faculdade, e isso não é problema seu. Eu
sei que isso pode soar desegradável, mas não é. Ele é meu pai, não seu,
e isso nunca vai mudar. E eu não quero pensar no que você talvez possa
perder, ou desistir, em função do que está acontecendo em minha vida.
Você entende isso?"
Suas palavras eram verdadeiras, mesmo que ele desejasse que ela
estivesse errada. Depois de um momento, ele tirou seu bracelete e deu a
ela.
"Eu quero que você fique com isso", ele sussurrou, e pela Expressão dela,
ele podia dizer que ela entendia o quanto a aceitação dela significava
para ele.
Ela lançou um pequeno sorriso enquanto fechava sua mão ao redor do
bracelete. Ele pensou que ela estava prestes a dizer algo quando os dois
ouviram a porta da oficina abrir. Por um momento, Will achou que alguém
estava invadindo. Então ele viu Jonah arrastando desajeitadamente uma
cadeira. Com um enorme esforço, ergue-a e jogou-a sobre a duna
próxima à oficina. Mesma a distância, Will pôde ver a fúria na expressão
de Jonah.
Ronnie já estava indo em direção a varanda.
"Jonah", ela gritou, começando a correr.
Will correu atrás dela, quase colidindo com ela quando chegou à porta da
oficina. Olhando o que estava acontecendo, ele viu Jonah tentando
empurrar uma pesada caixa pelo chão. Ele estava lutando fortemente,
alheio à súbita aparição deles.
"O que você está fazendo?", Ronnie chorou. "Quando você veio aqui para
fora?"
Jonah continuou a empurrar a caixa, grunhindo com o esforço.
"Jonah", Ronnie gritou novamente.
Seu grito rompeu o foco de Jonah, e ele virou-se para sua irmã e para
Will, supreso com a presença deles. "Eu não consigo alcançar", ele gritou
com raiva, a beira das lágrimas. "Eu não sou alto o suficiente"
"Não consegue alcançar o quê?", ela perguntou antes de dar um passo a
frente. "Você está sangrando!", ela disse, pânico crescendo em sua voz.
Will notou o jeans rasgado e o sangue na perna de Jonah enquanto
Ronnie corria na direção dele. Movido por seus próprios demônios, Jonah
empurrou freneticamente a caixa, e a quina da caixa bateu em uma das
prateleiras. O metade-esquilo/metade-peixe fora derrubado, indo na
direção de Jonah no mesmo momento que Ronnie alcançava-o.
Seu rosto estava tenso e vermelho. "Vá embora! Eu posso fazer isso
sozinho! Eu não preciso de você", ele gritou.
Ele tentou mover a caixa de novo, mas estava presa pela prateleira, presa
no mesmo lugar. Ronnie tentou ajudá-lo, mas Jonah empurrou ela. Agora,
Will podia ver as lágrimas escorrendo nas bochechas dele.
"Eu disse para você ir embora!", ele berrou com ela. "Papai quer que eu
termine a janela! Eu! Não você! Era isso que estávamos fazendo o verão
inteiro!". As palavras dele saíram em soluços quebrados, raivosas e
apavoradas. "Isso é o que nós fazíamos! Tudo que você se importava
eram as tartarugas! Mas eu estava aqui com ele todos os dias."
No que ele gritava junto com seu choro, sua voz se quebrou.
"E agora eu não consigo alcançar a parte do meio da janela. Eu sou muito
pequeno! Mas eu tenho que terminar isso, porque se eu terminar, talvez o
papai fique melhor. Ele tem que ficar melhor, então eu tentei usar a
cadeira para chegar lá, mas quebrou e eu caí no vidro e eu fiquei com
raiva, então tentei usar a caixa, mas é muito pesada - "
A essa altura, ele mal conseguia fazer as palavras saírem, e de repente,
ele se balançou para trás e caiu no chão. Enrolando seus braços ao redor
dos joelhos e abaixando a cabeça, ele começou a soluçar, seus ombros
sacudindo.
Ronnie sentou no chão ao lado dele. Ela envolveu os ombros dele com
seus braços, e o chegou mais para perto enquanto ele continuava a
chorar. Enquanto Will assistia, ele podia sentir um aperto na garganta,
sabendo que não pertencia ali.
Ainda assim, ele ficou enquanto Ronnie segurava seu irmão, que chorava,
não tentando calá-lo, ou assegurar a ele que tudo iria ficar bem. Ela
apenas seguro-o em silêncio até que seus soluços começaram a diminuir.
Finalmente, ele olhou para cima, seus olhos vermelhos através do óculos,
o rosto manchado de lágrimas.
Quando Ronnie falou, sua voz soava gentil - amável como ele nunca tinha
ouvido antes.
"Podemos ir em casa por alguns minutos? Eu só quero checar esse corte
na sua perna"
A voz de Jonah ainda estava trêmula. "E quanto a janela? Eu tenho que
terminá-la"
Ronnie encontrou o olhar de Will, e então voltou seus olhos para Jonah.
"Podemos ajudar?"
Jonah sacudiu a cabeça. "Vocês não sabem como"
"Mostre-nos"
Após limpar o corte de Jonah e colocar alguns band-aids, Jonah levou-os
de volta à oficina.
A janela estava quase completa - todas as gravuras detalhadas na face
estavam concluídas, e as barras de reforços já estavam no lugar. O
trabalho que faltava consistia na adição de centenas de peças que
formariam o intricado brilho celeste.
Jonah mostrou a Will como cortar as tiras de chumbo e ensinou a Ronnie
como soldar; Jonah cortou o vidro, como ele vinha fazendo durante todo o
verão, e colocou as tiras no lugar antes de preparar Ronnie para soldar os
pedaços no lugar.
Estava quente e a oficina estava cheia de coisas, mas eventualmente, os
três entraram em um ritmo de trabalho. Na hora do almoço, Will saiu para
pegar alguns hambúrgures e uma salada para Ronnie; eles fizeram uma
rápida pausa enquanto comiam, mas logo voltaram ao trabalho. Durante a
tarde, Ronnie ligou para o hospital três vezes, só para ouvir que seu pai
estava fazendo exames ou dormindo, mas indo bem. Quando anoiteceu,
eles já tinham terminado metade do trabalho; as mãos de Jonah estavam
ficando cansadas, e eles fizeram um outro intervalo para comer antes de
tirarem algumas lâmpadas da sala e colocarem na oficina, para
aumentarem a claridade. A escuridão caiu e Jonah estava bocejando lá
pelas dez; quando eles entraram para descansar por alguns minutos,
Jonah adormeceu quase imediatamente. Will o levou para seu quarto e o
colocou na cama. Quando ele voltou para a sala, Ronnie já estava de
volta à oficina.
Will assumiu o corte do vidro; ele tinha visto Jonah fazer durante todo o
dia, e embora tenha cometido alguns erros no início, ele rapidamente
pegou o jeito.
Eles trabalharam durante toda a madrugada, e quando começou a clarear,
os dois estavam mortos de cansaço. Em cima da mesa na frente deles,
estava a janela terminada. Will não tinha certeza sobre como Jonah se
sentiria sabendo que não participou do acabamento final, mas ele
imaginou que Ronnie saberia lidar com isso.
"Vocês dois parecem que ficaram acordados a noite inteira", disse uma
voz atrás deles. Virando-se, Will viu o pastor Harris parado na porta.
Pastor Harris estava apoiado em sua bengala. Estava vestindo um terno -
provavelmente para seu serviço na igreja, aos domingos - mas Willl notou
as horríveis cicatrizes nas costas de sua mão, e soube imediatamente que
elas se extendiam por todo seu braço. Lembrando do fogo na igreja e do
segredo que ele guardou por todos esses meses, ele achou impossível
encontrar os olhos do pastor.
"Nós estávamos terminando a janela", Ronnie disse, sua voz rouca.
Pastor Harris virou-se para a mesa. "Posso?"
Ronnie acenou. "É claro"
O pasto entrou na oficina, movendo-se lentamente. Sua bengala batia
levemente no chão de madeira enquanto ele se aproximava. Na mesa,
sua expressão mudou de curiosidade para deslumbramento. Segurando
na bengala, ele correu ao redor da mesa, passando sua mãe pelo vidro.
"É incrível", ele suspirou. "É mais bonito do que eu poderia imaginar"
"Meu pai e Jonah fizeram todo o trabalho", Ronnie disse. "Nós só
ajudamos a terminar"
Ele sorriu. "Seu pai vai ficar muito contente"
"Como a igreja está indo? Eu sei que meu pai iria adorar ver a janela no
lugar"
"A igreja não é mais tão popular como já foi um dia, então não há muitos
membros. Mas eu tenho fé que tudo vai dar certo"
Pela expressão ansiosa dela, Will sabia que Ronnie estava imaginando se
a janela estaria no lugar a tempo ou não, mas estava com medo de
perguntar.
"Seu pai está indo bem, de qualquer forma", pastor Harris disse. "Ele deve
estar fora do hospital em breve, e você poderá visitá-lo esta manhã. Você
não perdeu muita coisa ontem. Eu passei a maior parte do dia sentando
no quarto enquanto ele fazia exames"
"Obrigada por ter ficado com ele"
"Não querida", ele disse. Seu olhar foi para a janela. "Eu que agradeço"
Fazia silêncio na oficina enquanto o pastor Harris saia. Will assistiu-o ir
embora, incapaz de tirar da cabeça a imagem das mãos machucadas
dele.
Em silêncio, ele estudou a janela, preso no trabalho que foi necessário
para montar, uma janela que não deveria ter que ser reposta. Ele pensou
nas palavras do pastor, e na possibilidade de que o pai de Ronnie talvez
não estivesse vivo para ver a janela no lugar.
Ronnie estava perdida em seus próprios pensamentos quando ele virouse
para ela.
Ele sentiu algo em caindo dentro dele, como um castelo de cartas. "Tem
algo que eu preciso contar a você"
Enquanto eles sentavam na duna, Will contou tudo a ela, desde o
começo. Quando ele terminou, Ronnie parecia confusa.
"Você está dizendo que Scott iniciou o incêndio? E você esteve
protegendo a ele?". Sua voz tinha um tom de descrença. "Você vem
mentindo por ele?"
Will sacudiu a cabeça. "Não é assim. Eu disse que foi um acidente"
"Isso não importa". Os olhos de Ronnie procuravam os dele. "Acidente ou
não, ele precisa arcar com as consequências do que ele fez."
"Eu sei. Eu disse a ele para ir à polícia"
"Mas e se ele não foi? Você vai continuar encobrindo ele para sempre?
Você vai permitir que Marcus continue controlando sua vida? Isso é
errado"
"Mas ele é meu amigo..."
Ronnie ficou de pé. "Pastor Harris quase morreu no incêndio! Ele passou
semanas no hospital. Você sabe como queimaduras doem? Por quê você
não perguta a Blaze como é? E a igreja... você sabe que ele não pode
nem reconstruí-la... e agora meu pai nunca vai ver a janela onde ela deve
estar"
Will estava tentando ficar calmo. Ele podia ver que isso era muito para
Ronnie - seu pai e sua partida iminente, sua próxima aparição na corte.
"Eu sei que foi errado", ele disse calmamente. "E eu me sinto culpado por
isso. Eu não posso contar quantas vezes eu quis ir à polícia."
"E daí?", ela falou. "Isso não siginifica nada! Você não ouviu quando eu
falei sobre admitir o que eu fiz ao tribunal? Porque eu sabia que o que eu
tinha feito tinha sido errado! A verdade só significa algo quando você
admite, entendeu? Aquela igreja era a vida do pastor Harris! Era a vida do
meu pai! Agora ela se foi e o seguro não vai cobrir o estrago e ele têm que
fazer seus serviços em um armazém"
"Scott é meu amigo", ele protestou. "Eu não posso simplesmente...
Entrega-lo aos lobos."
Ela piscou, imaginando se ele alguma vez tinha ouvido o que ele falava.
"Como você pode ser tão egoísta?"
"Eu não estou sendo egoísta - "
"É exatamente o que você é, e se você não pode entender isso, então eu
não quero falar com você!", ela disse. Ela se virou e começou a andar de
volta para a casa. "Apenas vá embora!"
"Ronnie", ele chamou, levantando-se para segui-lá. Ela sentiu o
movimento e virou para encará-lo.
"Acabou, ok?"
"Não acabou. Vamos, seja racional..."
"Racional? Você quer que eu seja racional? Você não esteve mentindo
somente por Scott, você esteve mentindo para mim também! Você sabia
que meu pai estava fazendo a janela! Você esteve ao meu lado e você
nunca disse nada sobre isso!". As palavras dela pareceram clarear algo
em sua mente, e ela deu outro passo para trás. "Você não é o que eu
pensei que fosse! Eu achei que você fosse melhor que isso!"
Ele parecia incapaz de pensar em uma resposta, mas quando ele deu um
passo a frente, ela recuou.
"Vai embora! Você está partindo mesmo, e nós nunca vamos nos ver de
novo. Verões sempre chegam a um fim. Nós podemos falar e fingir o
quanto nós quisermos, mas nós não podemos mudar isso, então vamos
terminar com isso aqui e agora. Eu não posso lidar com isso agora, e eu
não posso ficar com alguém que eu não confio." Os olhos dela brilhavam
com lágrimas não derramadas. "Eu não confio em você, Will. Você precisa
ir"
Ele não conseguia se mexer, não conseguia falar.
"Vá", ela gritou, e correu de volta para casa.
Essa noite, a última dele em Wrightsville Beach, Will sentou sozinho em
seu quarto, tentando encontrar um sentido em tudo que tinha acontecido.
Ele olhou para cima quando seu pai entrou.
"Você está bem?", Tom perguntou. "Você estava calado no jantar"
"Sim", Will respondeu. "Eu estou bem"
Seu pai sentou-se no sofá, de frente para ele. "Está nervoso por partir
amanhã?"
Will sacudiu a cabeça. "Não"
"Já fez as malas?"
Will acenou e sentiu seu pai estudando-o.
"O que está acontecendo? Você sabe que pode falar comigo"
Will levou um tempo para responder, sentindo-se nervoso de repente.
Finalmente, ele encontrou os olhos de seu pai. "Se eu pedisse para você
fazer algo importante para mim, algo grande, você faria? Sem
questionar?"
Tom recostou-se, ainda estudando seu filho, e no silêncio, Will soube qual
resposta ele teria.
......

Nenhum comentário:

Postar um comentário